Pichação é o ato de escrever ou rabiscar sobre muros, fachadas de edificações, asfalto de ruas ou
monumentos, usando tinta em spray
aerossol, dificilmente removível,
estêncil ou mesmo rolo de tinta.
No geral, são escritas frases de protesto ou insulto, assinaturas pessoais ou mesmo declarações de amor, embora a pichação seja também utilizada como forma de demarcação de territórios entre grupos – às vezes
gangues rivais. Por isso difere-se do
grafite, uma outra forma de inscrição ou desenho, tida no
Brasil como artística, embora em línguas como a
língua inglesa o termo
graffiti seja unificado e sirva para ambas as formas de expressão.
[1]Já na
Antiguidade é possível encontrar elementos de pichação. A erupção do vulcão
Vesúvio preservou inscritos nos muros da cidade de
Pompeia, que continham desde xingamentos até propaganda política e poesias.
[2]Relógio da Central do Brasil, no Rio de Janeiro, um dos pontos mais movimentados da cidade, alvo do vandalismo urbano
Prédio do centro de São Paulo, com cerca de 50 equipes diferentes
Foto de um muro no subúrbio do Rio de Janeiro totalmente depredado por pichadores
Prédio de São Paulo pichado
Na
Idade Média,
padres pichavam os muros de conventos rivais no intuito de expor sua ideologia, criticar doutrinas contrárias às suas ou mesmo difamar governantes.
[2]Construído no início da
década de 1960, o
Muro de Berlim ostentou por vários anos um lado oriental limpo e de pintura intacta, controlado pelo regime socialista da
União Soviética, enquanto seu lado ocidental, encabeçado pela democracia capitalista dos
Estados Unidos, foi tomado por pichações e
grafites de protesto contra o muro. Até sua derrubada, em
9 de Novembro de
1989, os dois lados do muro representavam a discrepância entre a ditadura linha-dura soviética e a própria liberdade de expressão garantida na democracia de Berlim Ocidental.
[2]No final de
1969 e início da
década de 1970, as ruas de
Los Angeles foram tomadas por pichações que demarcavam a disputa territorial pelo
tráfico de drogas entre duas violentas gangues rivais:
Bloods, representada pela cor vermelha, e
Crips, representada pela cor azul. A disputa tomou proporções nacionais, e hoje a pichação e a rivalidade entre as duas gangues ainda persiste em várias cidades estadunidenses.
[3]O grafite, em princípio, é bem mais elaborado e de maior interesse
estético, sendo socialmente aceito como forma de expressão
artística contemporânea, respeitado e mesmo estimulado pelo Poder Público. Já a pichação é considerada essencialmente transgressiva, predatória,
visualmente agressiva, contribuindo para a degradação da
paisagem,
vandalismo desprovido de valor artístico ou comunicativo. Costumam ser enquadradas nessa categoria as inscrições repetitivas, bastante simplificadas e de execução rápida, basicamente símbolos ou caracteres um tanto
hieroglíficos, de uma só cor, que recobrem os muros das cidades. A pichação é, por definição, feita em locais proibidos e à noite, em operações rápidas, sendo tratada como ataque ao patrimônio público ou privado, e portanto o seu autor está sujeito a prisão e multa. O grafite atualmente tende a ser feito em locais permitidos ou mesmo especialmente destinados à sua realização.
[5] [6] [7][8]Em geral, a convivência entre grafiteiros e pichadores é pacífica. Muitos grafiteiros foram pichadores no passado, e os pichadores não interferem sobre paredes grafitadas.
[editar]Restrições a venda de spray
A venda de
tintas em embalagens
aerossol, conhecido como
spray foi proíbida em
26 de maio de
2011 para
menores de 18 anos de. A nova legislação sobre a venda desse material foi definida pela 12.408, sancionada pela presidente
Dilma Rousseff e publicada ontem no
Diário Oficial na mesma data. Para compras em território nacional, Será necessário apresentar documento comprovando ser maior de 18 anos. Comerciantes terão, ainda, que colocar a identidade do comprador na nota fiscal. As embalagens das tintas virão com o aviso: “
Pichação é crime”. O
grafite, no entanto é permitido. Foi realizada uma alteração em uma lei de 1998, que agora determina que “a prática do grafite realizada com o objetivo de valorizar o patrimônio público e privado mediante manifestação
artística” com autorização do proprietário é
legal.
[editar]Crime ambiental
No Brasil, a pichação é considerada vandalismo e crime ambiental, nos termos do artigo 65 da Lei 9.605/98 (Lei dos Crimes Ambientais), que estipula pena de detenção de 3 meses a 1 ano, e multa, para quem pichar, grafitar ou por qualquer meio conspurcar edificação ou monumento urbano
[carece de fontes].
Todavia, os juízes vêm adotando a aplicação de penas alternativas, como o fornecimento de
cestas básicas a entidades filantrópicas ou a prestação de serviços comunitários pelo infrator
[carece de fontes].
[editar]Rio de Janeiro: Adrenalina e competição
Diferentemente do passado, quando era apenas um ato de protesto ou manifestações em geral, a pichação vem tornando-se um ato cada vez mais frequente na vida de jovens, geralmente de classe média, que a praticam por puro lazer, adrenalina e competição
[carece de fontes]. A organização nesse meio vem crescendo muito, o que é comprovado pelos encontros (também chamados por pichadores de "reús", abreviação de "reunião") que acontecem regularmente em diversos pontos das cidades, alguns deles reunindo centenas de pichadores numa mesma noite
[carece de fontes]. A impunidade, a "fama" e a adrenalina de subir em prédios de maneira arriscada, são os principais fatores de motivação para que o ato seja cada vez mais praticado. Os pichadores organizam-se em grupos, que são identificados cada um por uma sigla. Todo final de ano, pichadores reúnem-se e distribuem premiações entre si, para as melhores siglas, ou para aqueles que se destacaram durante o ano, ou por pichar em lugares altos, ou simplesmente por ter seu piche em vários pontos da cidade
[carece de fontes].
Existem diversos vídeos e fotos pela internet onde pichadores exibem seus atos de vandalismo, alguns vídeos chegam a ter mais de 200.000 visitas
[carece de fontes].
[editar]São Paulo: Organização e comprometimento
A grafia da pichação de
São Paulo, ao contrário da carioca, é a mais próxima da escrita normal, onde as letras se destacam por serem grandes e na vertical, com curvas e detalhes que fazem o diferencial de cada pixação (grafada com "x") e conhecida como pixo ou tag reto.
[9].
Em São Paulo, os pichadores organizam "equipes" de pichação e possuem algumas diretrizes para organizá-la, possuindo até mesmo um líder (vulgarmente chamado de "cabeça"). Algumas equipes possuem uma espécie de "grife", onde cada uma possui um símbolo para distinção, exibindo então a união de diversas equipes. São realizados encontros (também conhecidos como "points"), onde diversas grifes se reúnem para trocar informações e fazerem festas com tinta e, frequentemente,
drogas. Existem equipes com mais de vinte anos de existência, denominadas de "Velha Guarda" ou "Das antigas".
O ápice de uma pichação é chamada de "pico", onde geralmente um prédio de grande porte tem sua parte superior pichada, caracterizando um
crime, já que para efetuá-lo, as equipes tem que invadir o
edifício para ter acesso a sua parte mais alta.
Possuem
tipografias distintas umas das outras. Assim, um caractere de uma equipe pode ser completamente diferente da outra.